Cientistas anunciaram que um pequeno planeta, localizado nas profundezas do espaço, e que provocou uma das maiores controvérsias da astronomia moderna, Eris é menor do que se pensava, com dimensões inferiores a de Plutão, que em 2006 foi rebaixado à condição de “planeta anão”.
O estudo, publicado na revista científica Nature, é a maior pesquisa sobre o enigmático planeta conhecido como Eris, descoberto em 2005. Os primeiros cálculos diziam que seu tamanho superava o de Plutão, o que contribuiu para que a União Astronômica Internacional deixasse de considerar este último como planeta.
Apesar de no início os pesquisadores falarem de um décimo planeta, a União Astronômica decidiu que tanto Eris quanto Plutão passariam a integrar uma nova categoria de objetos, os planetas anões, reduzindo o número de planetas do Sistema Solar para oito.
A descoberta do planeta anão assombrou os astrônomos e provocou questionamentos a respeito do Cinturão de Kuiper, uma zona que fica além de Netuno e abriga milhares de corpos celestes, como Plutão e o próprio Eris.
Inicialmente, estimava-se que fosse tão grande quanto Plutão, que era considerado o menor e mais longínquo planeta do Sistema Solar após sua descoberta, em 1930.
Mas agora o estudo reduziu o tamanho de Eris. A pesquisa indica que o planeta anão tem raio de cerca de 1,163 mil km, número está muito abaixo dos cálculos anteriores, que o situavam entre 1,2 mil km e 1,4 mil km e que o transformaram no maior objeto do Cinturão de Kuiper.
Agora parece que Plutão, com um raio de entre 1,15 mil e 1,2 mil quilômetros, poderia recuperar o posto como o maior objeto desta região, dizem os pesquisadores.
José Luis Ortiz, do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC, na sigla em espanhol), um dos centros espanhóis que participaram da pesquisa, diz que “isso é muito difícil de precisar, já que Plutão tem uma atmosfera que interfere nas medidas do diâmetro”.
A existência de Eris significa que um grande número (talvez centenas) de outros planetas só estejam esperando para ser descobertos no Cinturão de Kuiper. Mas será que esses corpos celestes - inclusive o próprio Plutão - seriam grandes o suficiente para serem considerados verdadeiros planetas?
O rebaixamento de Plutão foi impopular para o público e fortemente contestada até hoje por muitos astrônomos, tornando assim o nome de Eris - em referência à deusa grega da discórdia - muito apropriado.
A nova pesquisa usou dois telescópios gigantes no deserto chileno do Atacama, que observaram Eris em sua passagem em frente a uma estrela em novembro de 2010, dando pistas sobre seu tamanho e superfície.
A superfície de Eris é anormalmente brilhante, o que sugere que tem uma cobertura gelada, que de alguma forma é refrigerada.
Quando o minúsculo planeta fica mais perto do Sol, a 30 unidades astronômicas (UAs) ou 30 vezes a distância entre a Terra e o Sol, sua superfície congelada se aquece o suficiente para ficar gasosa e criar uma atmosfera “fina”, porém temporária.
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